No décimo dia dos 21 Dias de Ativismo pela Eliminação da Violência contra a Mulher, reforçamos a importância de sermos uma rede de apoio para as mulheres que enfrentam situações de violência. A construção de uma rede solidária e efetiva pode fazer a diferença entre a continuidade do sofrimento e o início de uma nova vida para essas mulheres.
Os números no Brasil são alarmantes. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2023, o país registrou uma média de 18 mulheres assassinadas por dia, sendo que 61% dos casos de feminicídio ocorreram dentro de casa. Além disso, uma pesquisa do Datafolha revelou que uma em cada quatro mulheres sofreu algum tipo de violência no último ano, abrangendo agressões físicas, psicológicas e patrimoniais.
Outro dado preocupante é a subnotificação: mais de 70% das mulheres que sofrem violência não denunciam, seja por medo de retaliação, dependência financeira ou falta de apoio emocional. É nesse contexto que as redes de apoio desempenham um papel crucial.
Uma rede de apoio é composta por pessoas, instituições e serviços que auxiliam as mulheres a romper o ciclo de violência. Isso inclui familiares, amigos, colegas de trabalho, vizinhos e também instituições públicas e privadas. Muitas vezes, a decisão de buscar ajuda começa com o acolhimento e o incentivo de alguém próximo.
Escutar Sem Julgar: Muitas vítimas hesitam em relatar a violência por medo de serem culpabilizadas. Demonstrar empatia e escutar sem críticas pode ajudá-las a se sentirem seguras para buscar ajuda.
Incentivar a Busca de Ajuda: Informe sobre os canais disponíveis, como o Disque 180, que oferece atendimento gratuito e confidencial, e as Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher (DEAMs).
Acompanhar no Processo: A violência muitas vezes envolve traumas profundos. Auxilie a vítima na busca por serviços de apoio jurídico, psicológico ou social.
Demonstrar Presença: Um simples ato de estar ao lado dela, oferecendo conforto e palavras de encorajamento, pode ser um divisor de águas.
Não podemos aceitar que os dados da violência contra a mulher continuem a crescer. Cada um de nós pode ser uma parte ativa na construção de uma rede de apoio, transformando as estatísticas em histórias de superação e coragem.
Neste décimo dia de ativismo, a mensagem é clara: a luta contra a violência não é uma responsabilidade apenas das vítimas. É um dever coletivo. Seja a rede de apoio de que ela precisa. Sua atitude pode salvar uma vida.