No oitavo dia dos 21 Dias de Ativismo pela Eliminação da Violência contra a Mulher, refletimos sobre dados alarmantes que mostram a extensão desse problema. Mais da metade dos feminicídios (51%) ocorre dentro de casa, e mais de 70% das mulheres vítimas de violência não denunciam, seja por medo ou por falta de apoio. Esses números escancaram a realidade de um problema que vai muito além das estatísticas: estamos falando de vidas interrompidas, famílias destruídas e comunidades impactadas.
A violência contra a mulher não é um problema isolado ou privado. Ela é resultado de uma sociedade que ainda carrega desigualdades de gênero, normaliza comportamentos abusivos e falha em proteger suas cidadãs. O lar, que deveria ser um espaço de segurança e acolhimento, muitas vezes se torna palco de agressões físicas, psicológicas, patrimoniais e até mesmo fatais.
As mulheres que sofrem violência enfrentam múltiplas barreiras para romper o ciclo de abusos. Além do medo de retaliação por parte do agressor, a dependência financeira e a ausência de uma rede de apoio agravam a situação. Esse cenário reforça a necessidade de ações que vão além da denúncia, incluindo suporte jurídico, psicológico e social para as vítimas.
Embora o ato de denunciar seja crucial para interromper o ciclo de violência, ele é frequentemente marcado por desafios. A vítima precisa enfrentar o agressor, superar a vergonha e, muitas vezes, lutar contra um sistema que ainda carece de acolhimento. No entanto, cada denúncia tem o potencial de salvar vidas, não apenas a da mulher que busca ajuda, mas também de outras que podem ser encorajadas a fazer o mesmo.
A mudança requer um esforço coletivo. É essencial que governos e instituições invistam em políticas públicas que protejam as mulheres e punam os agressores. Além disso, campanhas de conscientização são fundamentais para educar a sociedade sobre a gravidade do problema e a importância de apoiar as vítimas.
Indivíduos também têm um papel importante. Se você conhece alguém em situação de violência, ofereça apoio, escute sem julgar e oriente sobre canais de ajuda como o Disque 180 no Brasil.
A violência contra a mulher não pode ser reduzida a estatísticas. Por trás de cada número, há uma história de dor e superação. São mães, filhas, amigas e colegas que lutam para viver com dignidade e segurança. Não podemos aceitar essa realidade como normal.
Neste dia de ativismo, reforçamos a mensagem: a luta por justiça e segurança para as mulheres é urgente. Denunciar é um ato de coragem, e salvar vidas é uma responsabilidade de todos nós.