No dia 26 de novembro, celebramos o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, uma data instituída pela ONU em 1999 para conscientizar sobre a violência de gênero que afeta milhões de mulheres em todo o mundo.
Com base nos dados mais recentes, a América Latina e o Caribe continuam a ser as regiões mais violentas do mundo para mulheres e meninas. Estudos revelam que em 2020, mais de 4.000 mulheres foram vítimas de feminicídio na região. Países como Honduras, República Dominicana e El Salvador apresentam as maiores taxas de feminicídio, mesmo com quedas em relação a anos anteriores. Essa forma extrema de violência afeta particularmente mulheres entre 30 e 44 anos, mas também atinge adolescentes e meninas menores de 15 anos, reforçando a urgência de ações efetivas?
Além disso, aproximadamente 30% das mulheres na região relatam ter sofrido violência por parceiros íntimos, e 10,7% relataram violência sexual fora do casamento. Essa realidade expõe a gravidade do problema e a necessidade de ampliar políticas públicas, fortalecer redes de apoio e conscientizar a população para romper o ciclo de violência que persiste há décadas?
Esses dados reforçam a importância de iniciativas como o Dia Internacional da Luta contra a Violência à Mulher e a campanha dos 21 Dias de Ativismo, pois elas destacam a urgência de implementar soluções multidimensionais que envolvam governos, sociedade civil e o setor privado. Além disso, estratégias como o empoderamento econômico das mulheres e o trabalho educativo com homens e jovens são fundamentais para reduzir a violência e promover uma sociedade mais justa
Esses números revelam uma realidade alarmante que não pode ser ignorada. A violência contra a mulher não é um problema isolado, mas uma violação sistemática de direitos humanos que abrange violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. Por trás de cada estatística está uma vida marcada pelo medo, pela dor e pela opressão.
Denunciar é o primeiro passo para romper esse ciclo de abusos. No Brasil, o Disque 180 é um canal nacional que oferece orientação e encaminhamento para serviços de proteção. Além disso, as Delegacias de Defesa da Mulher, os Centros de Referência para Mulheres em Situação de Violência e os abrigos especializados são pilares fundamentais dessa rede de apoio. Em casos de emergência, o 190 da Polícia Militar também pode ser acionado.
Apesar da existência desses mecanismos, o silêncio ainda prevalece em muitos casos. Pesquisas mostram que menos da metade das mulheres que sofrem violência busca ajuda formal. Entre os principais motivos estão o medo de represálias, a dependência financeira e a vergonha. Por isso, o papel da sociedade é crucial para romper essa barreira. Amigos, familiares e até mesmo vizinhos podem ser agentes de mudança ao oferecer apoio e encorajar a denúncia.
Neste sexto dia dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, o foco é claro: precisamos agir, denunciar e proteger. O silêncio não é apenas uma escolha; ele é uma permissão tácita para que a violência continue. A denúncia, por outro lado, é um ato de coragem e solidariedade que pode salvar vidas.
Além disso, é essencial continuar cobrando políticas públicas que combatam a violência de gênero de forma efetiva. Mais investimentos em educação, capacitação de profissionais, ampliação de serviços de proteção e campanhas de conscientização são passos fundamentais para uma sociedade mais segura e igualitária para as mulheres.
"Aprendam a fazer o bem; busquem a justiça, acabem com a opressão." (Isaías 1:17)
Que este dia nos inspire a romper o silêncio, a agir com coragem e a transformar a realidade.
Não fique em silêncio, denuncie! Juntos, podemos mudar histórias e salvar vidas.