Quando se trata de violência contra a mulher, o silêncio não é apenas ausência de palavras; ele é cumplicidade. O silêncio da vítima pode ser o resultado de medo, vergonha ou falta de apoio, mas o silêncio da sociedade é um ato de omissão que perpetua o ciclo de abuso. Enquanto o agressor encontra nesse silêncio a proteção para continuar, a vítima se vê cada vez mais isolada e vulnerável.
Mas por que o silêncio persiste?
Muitos acreditam que a violência doméstica é um problema privado, que deve ser resolvido "dentro de casa". Esse pensamento equivocado não só normaliza o abuso, como também dificulta que as vítimas recebam a ajuda de que necessitam. Além disso, a falta de apoio das pessoas ao redor, o medo de represálias e a ausência de mecanismos acessíveis para denunciar são fatores que mantêm essa realidade.
Romper o silêncio é um ato de coragem, mas também de responsabilidade coletiva. Quando nos calamos diante da violência, estamos permitindo que ela continue. É nosso dever, como sociedade, oferecer suporte às mulheres que sofrem, criar espaços seguros para que denunciem e pressionar por políticas públicas que garantam proteção e justiça.
Denunciar não é fácil, mas é um passo necessário. Canais como o Disque 180, delegacias especializadas e redes de apoio estão disponíveis para quem precisa sair do ciclo de violência. Entretanto, é fundamental que cada um de nós assuma um papel ativo nessa luta. Seja como vizinhos atentos, colegas solidários ou amigos dispostos a ouvir, podemos ser uma voz que encoraje e apoie.
Neste quinto dia dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, somos desafiados a refletir: estamos rompendo o silêncio ou sendo cúmplices? O combate à violência começa com a decisão de não ignorar e de agir em favor das vítimas.
"Defendam o fraco e o órfão; façam justiça ao pobre e ao necessitado." (Salmos 82:3)
Que sejamos instrumentos de justiça e apoio, quebrando o silêncio que protege o agressor e construindo uma sociedade onde nenhuma mulher precise sofrer calada.