O silêncio é um dos maiores aliados da violência contra a mulher. Ele mantém o agressor no poder, fortalece o ciclo de abusos e aprisiona milhões de mulheres ao redor do mundo em situações de dor e medo. Quebrar o silêncio, portanto, é um ato de coragem e o primeiro passo para a transformação.
Mas o que impede tantas mulheres de falar? O medo de represálias, a vergonha, a dependência emocional ou financeira e a desinformação sobre como buscar ajuda são algumas das barreiras enfrentadas. Além disso, em muitos casos, a sociedade contribui para perpetuar o silêncio, minimizando o sofrimento ou culpabilizando as vítimas.
Romper com essa dinâmica exige uma mudança coletiva. Não basta esperar que as mulheres falem; é necessário criar um ambiente em que elas se sintam seguras para fazê-lo. Essa transformação começa com a conscientização. Precisamos educar a sociedade sobre a gravidade da violência de gênero e sobre a importância de acolher as vítimas sem julgamentos ou preconceitos.
Quebrar o silêncio também significa apoiar e incentivar a denúncia. Canais como o Disque 180, delegacias especializadas e centros de referência para mulheres são ferramentas fundamentais para garantir que a violência não fique impune. Ao mesmo tempo, é essencial garantir que as vítimas tenham acesso a redes de apoio, como assistência jurídica, psicológica e social, que possam ajudá-las a recomeçar.
Enquanto sociedade, também precisamos nos posicionar contra a violência. Cada pessoa pode ser uma voz ativa nessa luta, denunciando situações de abuso, apoiando campanhas de conscientização e sendo um canal de suporte para quem precisa. Não se trata apenas de ajudar; trata-se de ser parte da solução.
Neste quarto dia dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, o convite é claro: vamos quebrar o silêncio juntos. Vamos dar voz às mulheres que ainda não podem falar, amplificar as histórias de superação e exigir que a violência seja tratada como uma prioridade em nossa agenda social.
Porque quando uma mulher rompe o silêncio, ela não está apenas buscando justiça; ela está abrindo caminho para que outras também encontrem coragem e esperança.
"Abre a tua boca a favor do mudo, pelo direito de todos os desamparados." (Provérbios 31:8)
Juntos, podemos ser a voz de quem precisa e transformar a sociedade em um lugar mais justo e seguro para todas.