Um dos mitos mais cruéis e persistentes sobre a violência contra a mulher é a falsa ideia de que aquelas que permanecem em relacionamentos abusivos "gostam" da situação. Essa crença não apenas invalida o sofrimento das vítimas, mas também desvia o foco das reais barreiras que as impedem de sair do ciclo de violência.
A verdade é que muitas mulheres enfrentam uma combinação de fatores que dificultam o rompimento com o agressor. O medo de represálias, a dependência financeira ou emocional, a ausência de um lugar seguro para ir e até mesmo a falta de apoio da sociedade são algumas dessas barreiras. Nesse contexto, uma rede de apoio é vital para salvar vidas e oferecer caminhos para a superação.
Mas o que exatamente é uma rede de apoio?
Trata-se de um conjunto de pessoas, instituições e serviços que ajudam a mulher a sair de uma situação de violência, oferecendo acolhimento, orientação e suporte. Amigos, familiares, vizinhos, colegas de trabalho, líderes religiosos e serviços especializados, como delegacias e abrigos, podem compor essa rede.
Construir uma rede de apoio efetiva exige ações práticas e compassivas. Em primeiro lugar, é essencial ouvir a vítima sem julgá-la. Muitas mulheres já enfrentam culpas impostas pela sociedade e pelo agressor; um ambiente acolhedor e empático é o primeiro passo para ajudá-las a confiar novamente.
Outro ponto fundamental é incentivar a denúncia. Canais como o Disque 180, delegacias especializadas e centros de referência oferecem suporte específico para mulheres em situação de violência. Informar sobre esses recursos e, quando possível, acompanhar a vítima em busca de assistência jurídica, psicológica ou social são formas concretas de apoio.
O papel da rede de apoio também inclui estar presente de maneira emocional. Palavras de conforto e incentivo fazem a diferença. Muitas mulheres, ao saberem que não estão sozinhas, ganham forças para enfrentar o medo e recomeçar suas vidas.
Neste terceiro dia dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, somos chamados a desmistificar preconceitos e a agir como parte da solução. A violência contra a mulher não é um problema individual; é uma questão social que exige união, conscientização e responsabilidade coletiva.
Seja você também uma rede de apoio. Porque cada mulher merece saber que não está sozinha e que, com ajuda, é possível reconstruir uma vida livre de violência.
"Carreguem os fardos uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo." (Gálatas 6:2)
Juntos, podemos quebrar o ciclo da violência e construir uma sociedade mais justa e solidária.